Hoje, segundo estudos da frente parlamentar, uma saca de café colombiano é US$ 135 mais cara que uma saca de café brasileiro, já que o preço do produto nacional não evoluiu, a despeito do encarecimento dos insumos. De acordo com o deputado, o Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento (Mapa) já admite a necessidade de fazer mais pelo setor.
De acordo com Melles, os leilões de opções para o café, realizados na semana passada, não resolveram o problema de todos os cafeicultores. Ele afirma que, como o próprio nome diz, os leilões são apenas "opções". "Agora o ministro (Reinhold Stephanes) já admite que devemos ter outras soluções", observou. O Ministério da Agricultura, segundo Melles, também admite o pagamento das dívidas com café, com o preço da saca entre R$ 311 e R$ 314.
De acordo com o deputado, o preço do café brasileiro no ano de 2005 é praticamente o mesmo do que é cobrado hoje. "Nunca o café colombiano ficou tão mais caro que o café brasileiro. A diferença do café colombiano para o brasileiro já está no valor de uma saca de café, isto é, mais ou menos US$ 135", ressaltou. Melles afirmou que isso demonstra claramente que o governo não tem política para o setor. "Não há políticas que sustentem o preço", reclamou. O deputado afirma ainda que o mercado aceita um preço de garantia mais alto no café e colocar parâmetros de financiamento mais altos.
Oferta - Motivados pelas expressivas altas no mercado internacional, vendedores elevaram as ofertas de café no mercado interno na semana passada. No entanto, de acordo com pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), poucos negócios foram efetivados, uma vez que boa parte dos compradores aguarda a chegada de café de qualidade superior.
Os três leilões de opção de venda realizados na semana passada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não chegou a alterar o ritmo de negociação da semana. A exemplo do leilão ocorrido no dia 15, também nos da semana passada todas as opções foram arrematadas, mas praticamente sem ágio - no dia 15, o valor da opção oscilou de R$ 1,51/saca (abertura) a R$ 9,5015/saca. Nesse cenário, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 250,64/saca de 60 kg na última quinta-feira, com alta de 1,51% sobre o do dia anterior.
Preço mínimo - Uma das medidas urgentes para o produtor de café sair do sufoco é o estabelecimento do preço mínimo de R$ 355,00, compatível com o custo de produção, além do reescalonamento das dívidas do setor de todos os contratos, vencidos ou a vencer, uma vez que o cafeicultor não tem atualmente condições de cumpri-los. Essas e outras reivindicações foram enviadas na última terça-feira ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em ofício assinado pelo presidente do Sistema Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette.
Segundo ele, o cafeicultor do Paraná passa por uma grave crise e desde 2000 o setor vem lutando contra preços baixos e custos de produção elevados. Em 1998, uma saca de café valia cerca de 1,82 salário mínimo, hoje representa apenas 0,48. Isso fez com que o custo de mão-de-obra aumentasse 273% nos últimos dez anos, comparou Meneguette.
Outro parâmetro utilizado para comparar a perda de receita do produtor é o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que variou 128,40% de 2000 até hoje, enquanto o preço da saca de café ao produtor se manteve estável.
Meneguette lembrou que o Paraná, que já foi o maior produtor mundial de café, erradicou mais de 7 mil hectares da cultura em 2009 e figura como sexto Estado produtor. No total são sete reivindicações:
- Estabelecer o preço mínimo de R$ 355,00, compatível com o custo de produção;
- Reescalonar as dívidas do setor de todos os contratos, vencidos ou vincendos, uma vez que o produtor não tem condições de cumpri-los;
- Aceitar nos reembolsos das operações de Funcafé, o café beneficiado;
- Estabelecer ações para gerar estoques reguladores, que pode ser viabilizado com a implementação da proposta acima;
- Disponibilizar maior número de contratos de Opções de venda;
- Agilizar o processo de implementação do regulamento técnico de qualidade para o café torrado e moído, conforme Consulta Pública 49/2009 do Ministério da Agricultura;
- Implementar a fiscalização de impurezas.
* Noticia publicada no Jornal Diário do Comércio desta quinta-feira - 30/07/2009.

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